quinta-feira, 12 de agosto de 2010

MTB Itatiaia - relato

Integrantes: Caio, Guto e Saulo
Equipe de Apoio: Paulinha e Cris


Saída: 5 de junho de 2010
Volta: 8 de junho de 2010

Total: 154 km em 4 dias
A idéia de um circuito de trilhas pela Serra da Mantiqueira surgiu durante os dias de caminhada pelas travessias da Serra Fina e Marins-Itaguaré e do contato, nesta mesma época, com a tese de mestrado de Waldir Joel de Andrade que propunha o planejamento de uma trilha de longa distância que atravessava toda a serra.
Apesar de imaginar inicialmente toda esta extensão sendo percorrida a pé, comecei a elaborar um roteiro de trilhas também para se percorrer de mountain bike. A partir de consultas na internet descobri que existiam diversos livros sobre o assunto e muitas publicações em sites.
A partir de minhas próprias andanças pela região, tentei dar uma filtrada nas diversas opções de caminhos que existem e elaborar um roteiro particular. A idéia é organizar diversas viagens com o propósito de mapear trechos específicos para que depois sejam todos agrupados e conectados em uma trilha mais completa por toda a serra. Esta postagem é apenas um destes trechos, o da região do Parque Nacional do Itatiaia, que estou chamando de Trecho Itatiaia.
Para esta viagem foram chamados os habituais companheiros de trilhas e amigos mais chegados e a equipe final foi finalizada comigo, meu irmão Guto e meu cumpadre Saulo. Decidimos também organizar um carro de apoio que iria nos acompanhar, na medida do possível, por todo trajeto, pilotadas pela Paulinha (minha esposa) e a Cris (esposa do Saulo). Assim, colocamos juntos a vontade de explorar as trilhas da região com a presença agradável de nossas esposas.
Dia 1 – Garganta do Registro / Brejo da Lapa / Pousada dos Lírios – 13 km

Saímos por voltas das 5 da manhã de Piracicaba em direção a Campinas, onde pegamos o Saulo e a Cris e partimos para São Paulo para encontrar com o Guto. Logo estávamos todos na Rodovia Dutra, em direção ao Parque Nacional de Itatiaia.
Durante todo percurso percebemos que as coisas não estavam nada boas no alto da serra, onde avistávamos muitas nuvens pesadas e bastante chuva. Já tínhamos pesquisado na internet e sabíamos que o tempo não estaria muito bom para este primeiro dia de pedal, mas ainda tínhamos aquela esperança de encontrar o tempo aberto quando chegássemos em maiores altitudes.
Saímos da Dutra logo nas imediações da cidade de Engenheiro Passos e pegamos a BR 354 em direção a cidade mineira de Itamonte. São cerca de 25 km de subida por uma estrada bem sinuosa. A cada kilómetro percorrido sentíamos a mudança no clima, que se tornava cada vez mais frio e úmido, com uma chuva bem fina e constante que se prolongou até chegarmos na Garganta do Registro (GPS: D1001).
Esse lugar também é conhecido por Kilómetro Zero e representa o ponto de partida para quem segue pelos caminhos da parte alta do Parque Nacional do Itatiaia. Paramos no Bar de Seu Miguel, tradicionalmente conhecido pelos freqüentadores da região por sua hospitalidade e simplicidade, para comermos o delicioso pastel de queijo e tomarmos um típico cafezinho mineiro, obrigatórios antes de seguir caminho.
Ficamos sabendo que a frente fria já perdurava dois dias e que tinha trazido bastante vento e chuva pra toda a região. Esta informação nos causou bastante apreensão, pois teríamos muitas dificuldades se o tempo não melhorasse. Mas, continuamos na torcida, já que as previsões metereológicas indicavam uma possível melhora a partir do segundo dia de pedalada.
Com o tempo cada vez mais sombrio começamos a organizar nossas coisas. Retiramos as bikes do carro, trocamos de roupa e saímos aproximadamente por volta das 14 horas, com as exclamações de boa viagem e sorte da Paulinha e da Cris, nossa equipe de apoio, que iriam nos seguir de carro por todo o trajeto.
A idéia inicial era pedalar da Garganta do Registro até o Abrigo Rebouças (já dentro do parque), para apresentar brevemente suas belíssimas paisagens aos que ainda não as conheciam. Mas, devido ao clima nada favorável, decidimos abortar essa idéia e subir somente até o Brejo da Lapa. Este trecho é de uma subida bastante sinuosa, não muito íngreme, por uma estrada de terra, que, em alguns lugares, ainda pode-se notar os resquícios de um antigo asfalto.
A estrada segue sempre subindo, cortando toda a mata nativa da Serra da Mantiqueira. Nossa primeira parada foi numa ponte (GPS: D1002), que, em dias mais claros, torna-se um belo mirante natural, onde dá para se ter uma idéia da imensidão de onde estávamos. Alguns metros adiante chegamos no Brejo da Lapa (GPS: D1003), aos 8 km desde a saída no Bar do Sr. Miguel.
Até alguns anos atrás o Brejo da Lapa era utilizado por montanhistas como um camping natural, uma vez que aí existe um vasto gramado com uma rede de nascentes. Além da proximidade do parque, deste local se tem uma vista maravilhosa da Serra Fina. Felizmente, para o bem das nascentes e da natureza, esta área é hoje proibida para camping. Lá existe uma bifurcação que, para a direita que leva ao parque e para a esquerda para a região de Serra Negra, Itamonte e também para a Pousada dos Lírios, local da nossa primeira pernoite.
O trajeto a partir do Brejo da Lapa apresenta uma breve subida e logo depois uma grande descida em meio a uma estrada de terra, que com a chuva se tornou bastante lamacenta, muito íngreme e sinuosa, às vezes com trechos de paralelepípedos bastante escorregadios. Após vencermos este trecho de cerca de 5 km chegamos por volta das 16 horas na Pousada dos Lírios (GPS: D1004), cheios de lama e com muito frio. As meninas acompanharam a gente um pouco mais atrás, por causa da dificuldade de se descer com o carro e chegaram pouco tempo depois. Percorremos 13 km neste primeiro dia de pedal.
A primeira coisa que fizemos foi dar uma boa limpada nas bikes e retirar o excesso de lama dos freios e da corrente. Montamos as barracas e tomamos um belo banho quente. Enquanto aguardávamos nosso jantar abrimos uma garrafa de vinho e brindamos nossa primeira noite em Itatiaia.
Após o jantar, muito bem servido por sinal, percebemos que apesar da chuva ter passado, o tempo ainda estava muito nublado e instável, com um vento que a cada momento diminuía ainda mais a temperatura. Acabamos saindo daquele frio e entramos nas barracas, nos preparando para o próximo dia.
No meio da noite, acordei para tomar água e colocar mais uma blusa e decidi sair da barraca. Foi um espanto! O céu estava estreladíssimo, sem nenhuma nuvem e a temperatura também estava dentro das previsões, marcando 2 graus. A noite foi muito gelada e de manhã quando acordamos percebemos a presença de gelo na lona das barracas, evidenciando que a temperatura tinha caído ainda mais na madrugada.
Dia 2 – Pousada dos Lírios / Cachoeira Fragária / Vale do Campo Redondo / Alagoa – 40 km

Acordamos por volta das 7 horas, tomamos um café reforçado na pousada e ficamos conversando e curtindo o camping neste início da manhã, enquanto esperávamos o sol bater nas barracas, para organizarmos todas as nossas coisas. Saímos lá pelas 10 horas. O tempo estava muito bom, céu azul e sem nuvens, mas muito frio. Nossa idéia era seguir de bike até o Município de Alagoa, mas as meninas decidiram subir até o parque, para passear, aproveitando que o tempo estava perfeito. Nos encontraríamos no final do dia em Alagoa.
Saindo da pousada pegamos uma descida com cerca de 4 km e depois um trecho mais tranqüilo de 2 km, passando pela Pousada Fragária (GPS: D2001) e logo depois pela Capela Fragária (GPS: D2002) aos 7 km de trilha.
Na capela havia uma bifurcação e demos uma breve parada para checarmos para onde deveríamos seguir. Neste momento, dois motoqueiros moradores da região pararam e começamos a trocar idéias sobre o lugar e nosso trajeto, para ver se estávamos na direção certa. Depois de confirmar o caminho eles olharam para a gente e disseram: “O cara tá doidão hein?”, eu não entendi direito, mas quando olhei para o lado vi o Guto fazendo uma série de apoios no chão, apoiado com os pés na beira do barranco. E, como estávamos prestes a iniciar uma subida muito desgastante, eu entendi o que o cara queria dizer. Olhei para eles e disse: “É que ele está treinando para o Iron Man”. Os caras não disseram nada e partiram. Eu e o Saulo nos olhamos e demos muita risada. O Guto só ficou sabendo desta conversa de noite, pois na hora ele estava de mp3 curtindo alguma música. Essa história do Guto fazer apoios, alongamentos, paradas de mão de capoeira é uma coisa recorrente durante todas as viagens que fizemos.
A partir da capela pegamos a bifurcação à esquerda, iniciando um trecho de subida até avistarmos a Cachoeira Fragária (GPS: D2003) que se descortinava juntamente com todo o vale que estávamos subindo. Continuamos a subida por mais um trecho, iniciamos uma breve descida até o Vale do Campo Redondo aos 11,5 km, onde pegamos uma bifurcação à esquerda (GPS: D2004), no sentido Itamonte. A bifurcação para a direita leva para Arantes e Monte Belo.
Nosso destino final neste dia era o Município de Alagoa, mas durante todo o trajeto não encontramos nenhuma placa que indicasse este município. Logo descobrimos que tínhamos que seguir as placas para Itamonte. Somente mais adiante no trajeto, em uma bifurcação, é que teríamos a primeira placa indicando Alagoa.
Saímos do Vale do Campo Redondo e iniciamos um trecho de alguns kilómetros em que se alternavam subidas e descidas e, aos 17 km, seguimos a esquerda em outra bifurcação (GPS: D2005), sentido Itamonte. A partir daí começamos um grande trecho de subida.
Nesta bifurcação aconteceu uma situação inusitada. Esta era uma bifurcação que esperávamos em nossos mapas, porém tinha uma placa indicando Bocaina de Minas para a direita e outra Itamonte para a esquerda. Ficamos em dúvida para onde seguir e ficamos pensando o que fazer quando surgiu uma caminhonete. Pedimos para parar e observamos que tinha um cara e um cachorro dentro. Assim que o cara parou começamos a perguntar se ele sabia o sentido para chegar a Alagoa. Ele abriu o vidro de passageiro e segurando o cachorro pela coleira, disse: “Do you speak english?”. Nos olhamos e eu disse: “A little”. Então ele desceu do carro e começou a gesticular e tentar explicar para a gente o caminho correto. Misturando algumas palavras em inglês e português ele perguntou pra onde a gente estava indo e de onde estávamos vindo. Eu tentei explicar o que estávamos fazendo e o que queríamos. No final acabamos nos despedindo, com a certeza de que tínhamos nos comunicado e que sabíamos o caminho a seguir. No final acabei recebendo um aperto de mão e um elogio do Guto: “Gostei de ver, você não passa fome não ...” Demos risada e seguimos para a esquerda, ainda subindo.
Aos 20 km a subida ficou mais íngreme (GPS: D2006) e cerca de 1,5 km depois surgiu outra bifurcação (GPS: D2007), onde o caminho para a esquerda leva para Itamonte e o da direita para Alagoa. Seguimos portanto para a direita, ainda em uma subida forte. Aos 23 km, a estrada estava com muito barro, devido as chuvas dos dois últimos dias e também uma pequena nascente de água (GPS: D2008) brotando da rocha, ao lado esquerdo da pista.
Aos 25 km chegamos ao fim da subida. Foram cerca de 8 km subindo até chegarmos em outra bifurcação, onde seguimos a direita (GPS: D2009). Neste ponto tem uma placa indicando a esquerda o Parque Estadual da Serra do Papagaio. A partir deste ponto começamos uma descida de 9 km, em uma estrada sinuosa e rápida, que necessita de toda concentração para chegar inteiro aos 33,5 km no Vilarejo de Prateado (GPS: D2010). A partir daí são cerca de 6 km por uma estrada inicialmente de asfalto, que depois dá lugar a um trecho bem plano de terra até o Município de Alagoa.
Chegamos por volta das 16 horas e fomos direto para a Pousada Pica Pau (GPS: D2011), da "renomada" família Mendes Andrade. Tomamos banho e ficamos aguardando a chegada da nossa equipe de apoio. Ficamos muito preocupados e apreensivos com a demora das meninas, mas, por volta das 19 horas, com a noite já formada, acompanhamos a chegada delas à partir da sacada da pousada. No final tudo correu bem, somente o protetor do carter estava fazendo barulho.
Jantamos e brindamos mais um vinho em homenagem ao nosso segundo dia. Tivemos ainda o privilégio de ouvir algumas histórias engraçadas e provavelmente verídicas na nossa anfitriã Juliana sobre algumas eleições recentes na região. Percorremos um total de 40 km neste segundo dia.
Dia 3: Alagoa / Santo Antonio / Mirantão / Pousada Moinho D’agua – 58 km

Acordamos por volta das 7 horas e após o café da manhã fomos num mecânico para checar o protetor do carter. Por nossa sorte ele estava somente um pouco torto e isso causava um barulho estranho.
Devido a demora do mecânico para calibrar os pneus, o Saulo teve a idéia de ele mesmo calibrar. Ele pegou a mangueira, conectou no pneu e ficou aguardando o sinal do sensor com a calibração pretendida. O problema é que o sensor não apitava e ele então parou. O mecânico chegou e disse que o sensor de calibração não estava funcionando. Fomos então dar uma checada com um calibrador manual o valor da pressão. O sensor mostrou cerca de 70 libras, muito longe das 30 libras que a gente necessitava e muito perto do limite de resistência do pneu, que é de cerca de 80 libras. Quase nos envolvemos numa enrascada. Imaginem só se o pneu estoura!!!
Saímos de Alagoa às 9 horas em direção ao Vilarejo de Santo Antonio, pedalando por cerca de 3,5 km até ultrapassarmos a drenagem de um rio. O terreno depois da ponte continha muitos seixos de quartzo provenientes do próprio rio e que foram colocados alí para aumentar o atrito e facilitar a passagem dos veículos.
Porém, como tinha chovido muito, todo o terreno estava muito escorregadio e quando as meninas foram passar com o carro, tiveram alguns problemas. Devido ao terreno irregular o carro patinou e não conseguir vencer os pedregulhos. Quando tentaram descer de ré, para tentar um novo arranque, o carro saiu um pouco da estrada e escorregou lateralmente. Tivemos bastante trabalho pra empurrar o carro, só conseguindo com a ajuda de algumas pessoas que estavam por perto, trabalhando em uma obra na mesma estrada. Passado o susto reiniciamos nossa viagem.
A partir da ponte iniciamos uma árdua subida de 13 km, com os últimos kilómetros bastante íngremes (GPS: D3001), culminando em um platô. Deste ponto a estrada começa a descer, inicialmente em um trecho de mata nativa, bem sombreado que aos poucos vai ficando cada vez mais sinuoso e íngreme, às vezes com trechos bastante esburacados com muitas pedras soltas.
Aos 18,5 km demos uma breve parada para registrar a passagem pelo portal e porteira da divida do Zé Manuela (GPS: D3002). Deste trecho em diante a descida continua muito rápida até o Vilarejo de Santo Antonio (GPS: D3003), finalizando 7 km de descida. Chegamos no vilarejo por volta do meio-dia, com 24 km de trilha e demos uma breve pausa para comer umas frutas, abastecer de água e descansar em companhia das meninas.
Saímos do vilarejo já em um trecho de subida bem desgastante de cerca de 5 km até um platô, onde podemos observar a silueta do Pico da Pedra Selada (GPS: D3004) e depois continuamos a descida de 10 km até o Vilarejo de Mirantão.
Chegamos em Mirantão aos 39 km (GPS: D3005) e demos outra parada em uma pracinha, em frente ao Bar Último Gole, para fazer um lanche e reabastecer as energias. Acabamos conhecendo o Alexandre, um morador local, que além de ser conhecedor das trilhas da região, também pratica mountain bike. Pegamos o contato dele para futuras expedições e seguimos viagem.
Saindo de Mirantão, seguimos em um trecho de descida até encontrarmos umas drenagens. Aos 40 km pegamos uma bifurcação à esquerda (GPS: D3006) logo antes de uma ponte e continuamos seguindo pelo vale até encontrarmos outra ponte (GPS: D3007). Ultrapassamos a Ponte do Rio Preto e logo mais alguns metros seguimos para a esquerda em uma bifurcação, aos 44 km. Seguimos agora a estrada que margeia a drenagem do outro lado do rio, com alguns trechos de subidas e descidas leves até chegarmos aos 49 km na Ponte dos Souzas (GPS: D3008).
Ocorreu um incidente durante o final do último trecho de descida antes de Mirantão. As meninas estavam na frente com o carro e quando o trecho se tornou mais plano elas deram uma parada na beira da estrada. Estávamos terminando uma descida muito rápida e o Guto estava vindo na frente. Eu e o Saulo estavamos seguindo ele alguns metros atrás. Quando ele viu as meninas paradas na estrada, ele deu uma freada forte e virou sua bike no meio da estrada. Eu estava vindo logo atrás e quando percebi era tarde demais, só dando tempo de tentar uma freada brusca, que fez com que eu batesse de leve na sua roda traseira e voasse por cima dele. No final as bikes estavam inteiras e eu com apenas uma leve pancada no joelho. Foi apenas um grande susto.
Na Ponte dos Souzas existe uma importante bifurcação que liga várias regiões. A jusante do rio chega-se até a Cachoeira da Fumaça. A direção que tomamos foi cruzar a ponte e seguir até o Município de Bocaina de Minas, em um trecho inicial bastante íngreme. Depois de trechos de descidas e subidas leves chegamos em um bairro próximo a Bocaina de Minas e próximo das 16 horas entramos nas imediações da Pousada Moinhos D´agua (GPS: D3009), nossa hospedagem nesta noite. O percurso foi de 58 km neste dia.
Demos um trato geral nas bikes e nos preparamos para o jantar. Brindamos nossa última garrafa de vinho e fomos dar uma volta pela pousada. Ela era provavelmente nossa melhor hospedagem, com quartos mais aconchegantes e cobertores quentes, além de ter lareira, rede e uma vista bonita do vale. Nela tinha uma grande criação de carpas e trutas e podia-se jogar futebol, nadar na piscina e curtir uma sauna. Tinha até uma pirâmide de pedra para meditação. Após o jantar o Guto, o Saulo e a Cris decidiram ir para a sauna e pular na piscina gelada, mas eu e a Paulinha ficamos em nosso cantinho, curtindo nossa lareira e caímos na cama mais cedo.
Dia 4: Pousada Moinho D’agua / Bocaina de Minas / Carlos Euler / Falcão – 43 km

A idéia geral entre todos, de acordo com os croquis que tínhamos da trilha, era de que esse último dia seria bem mais fácil, somente com trechos de descida até o Distrito de Falcão. O que não esperávamos era que tínhamos errado completamente o trecho final do dia anterior, entre Mirantão e a Ponte dos Souzas.
A gente sabia que alguma coisa tinha acontecido de errado, pois as bifurcações no croqui não estavam batendo. Mas, como tínhamos chegado até a pousada, estávamos mais tranqüilos em relação ao caminho. Na verdade só fui perceber onde tínhamos errado depois que chegamos em casa e comecei a plotar os pontos de GPS que tiramos durante a trilha.
Bem, saímos da pousada por volta das 10 horas e seguimos em direção a Bocaina de Minas. De cara pegamos uma subida de 4 km bem cansativa e sinuosa até um platô (GPS: D4001). Deste ponto em diante descemos 2 km até o município.
Paramos brevemente em Bocaina de Minas (GPS: D4002) pra pedir mais informações sobre o caminho até o Vilarejo de Falcão. As pessoas diziam que o melhor caminho era à partir da Ponte dos Souzas (que tínhamos passado na tarde do dia anterior). Como ainda não sabíamos que nossa rota estava com problemas, queríamos saber se existia uma estrada alternativa, sem ter que voltar até a ponte. Com estas informações seguimos adiante, passamos em frente ao cemitério municipal e caímos na estrada.
Aos 10 km nos deparamos com uma bifurcação (GPS: D4003) com placas indicativas para Passa Vinte e Pinheiros (para a direita) e Augusto Pestana, Barreiro e Soberbo (para a esquerda). De acordo com nossos mapas, este ponto não batia com o que esperaríamos encontrar. Ficamos discutindo qual caminho seguir e chegamos até a perguntar novamente para outras pessoas que passavam pela gente e elas sempre diziam a mesma coisa, que o caminho era voltando pela Ponte dos Souzas. Bem, a gente tinha que escolher um caminho e decidimos ir para a direita (sentido Passa Vinte e Carlos Euler) e aguardar uma possível ponte que tínhamos no nosso croqui.
Seguimos por uma descida de 4 km e, decididamente, nossa rota estava totalmente errada. Mesmo assim continuamos por um trecho de 3 km de uma subida muito árdua e cansativa. Aos 17 km no seu platô (GPS: D4004) demos uma parada para recuperar as energias. Após esse descanso de alguns minutos iniciamos uma descida bem rápida e sinuosa de 3 km e paramos aos 20 km na entrada da Fazenda Bananal (GPS: D4005).
Esta parada foi muito providencial, pois na beira da estrada tinha uma drenagem e um poção de água cristalina. Só tivemos que pular a cerca de arame farpado e cair na água. Como era de se esperar, ela estava geladíssima, fazendo com que dois pulos já fossem o suficiente para recarregar as baterias e animar a todos. As meninas decidiram ficar sequinhas e aguardaram a gente do outro lado da cerca. Nos secamos, comemos umas tangerinas e sem enrolar muito pegamos as bikes e continuamos na estrada, sempre acompanhando a drenagem.
Cerca de 1 km adiante encontramos uma bifurcação (GPS: D4006). Nela seguimos a direita em direção aos municípios de Carlos Euler e Passa Vinte. Continuamos um trecho de descidas e subidas mais leves até passarmos por debaixo da estrada de ferro (GPS: D4007) aos 26 km. Alguns metros adiante seguimos para a direita em outra bifurcação, que nos levaria ao vilarejo de Carlos Euler.
Saindo de Carlos Euler a estrada segue acompanhando a linha férrea por muito tempo até outra bifurcação (GPS: D4008) aos 30 km, onde tinha uma placa para Volta Redonda e Barra Mansa (à direita), por onde seguimos. A partir deste ponto a estrada nos leva para uma descida muito técnica e rápida de 7 km até a ponte do Rio Preto. Esta ponte (GPS: D4009) na verdade é a divisa dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Passamos a ponte e seguimos em território carioca. Antes da ponte, à direita, a estrada segue até a Cachoeira da Fumaça.
Seguimos acompanhando a drenagem, em um terreno bem plano até passarmos por outra ponte aos 42 km e uma bifurcação que indicava os municípios de Quatis e Resende. Seguimos em direção a Quatis (à esquerda) e mais algumas centenas de metros adentramos nas imediações do Distrito de Falcão (GPS: D4010) às 15:00h. Chegamos praticamente junto com o carro de apoio e foi um alívio geral para todos quando visualizamos o Distrito de Falcão. Agora era só dar aquela descansada merecida, organizar todas as coisas no carro e partir para a Rodovia Dutra e de lá para nossas casas. Total percorrido neste dia de 43 km e total da trilha de 154 kilómetros. Valeu galera por mais estes dias maravilhosos na Serra da Mantiqueira!!!
Pontos de GPS:

D1001: 22°22'36.30"S / 44°45'35.80"O
D1002: 22°21'44.80"S / 44°44'4.20"O
D1003: 22°21'22.70"S / 44°44'7.57"O
D1004: 22°19'11.66"S / 44°43'24.05"O
D2001: 22°18'1.60"S / 44°42'3.90"O
D2002: 22°17'39.10"S / 44°41'47.00"O
D2003: 22°16'33.60"S / 44°41'57.10"O
D2004: 22°15'54.60"S / 44°41'39.80"O
D2005: 22°14'32.10"S / 44°42'17.40"O
D2006: 22°14'34.00"S / 44°44'10.80"O
D2007: 22°14'22.70"S / 44°44'47.80"O
D2008: 22°14'4.40"S / 44°44'20.40"O
D2009: 22°13'34.30"S / 44°43'38.90"O
D2010: 22°11'27.00"S / 44°39'7.60"O
D2011: 22°10'22.90"S / 44°38'40.00"O
D3001: 22°10'21.10"S / 44°34'18.60"O
D3002: 22°10'14.60"S / 44°30'47.90"O
D3003: 22°11'44.30"S / 44°29'29.00"O
D3004: 22°13'36.10"S / 44°29'12.20"O
D3005: 22°15'6.40"S / 44°29'42.60"O
D3006: 22°15'23.40"S / 44°26'41.40"O
D3007: 22°15'13.30"S / 44°25'6.50"O
D3008: 22°16'7.60"S / 44°23'27.30"O
D3009: 22°12'41.70"S / 44°22'54.40"O
D4001: 22°11'10.20"S / 44°23'21.90"O
D4002: 22°10'19.90"S / 44°23'40.90"O
D4003: 22° 8'58.30"S / 44°22'4.60"O
D4004: 22°10'49.50"S / 44°20'14.00"O
D4005: 22°11'8.50"S / 44°19'26.80"O
D4006: 22°10'52.60"S / 44°18'47.10"O
D4007: 22°10'31.30"S / 44°16'52.70"O
D4008: 22°11'31.90"S / 44°16'19.80"O
D4009: 22°14'38.40"S / 44°15'53.30"O
D4010: 22°17'18.70"S / 44°15'23.30"O

Referências:
Pousada e Camping dos Lírios
Município de Itamonte.MG
Telefone de contato: (35) 3363 3207 / (35) 9802 2057
Site de contato: agência rota turismo – www.rotaturismo.com.br
Reservas: rotaturismo@rotaturismo.com.br
Contato: Lily

Pousada Pica Pau
Município de Alagoa.MG
Telefone de contato: (35) 3366 1221
Site de contato: www.alagoamg.com.br
Endereço: Rua Antero Lopes de Siqueira, 344 – Centro
Contato: Juliana

Pousada Moinho D’ Água
Município de Bocaina de Minas
Telefone de contato: (32) 3294 1297
Site de contato: www.moinhodagua.com.br
Contato: Ezilma ou Tiago
Telefone de contato: (24) 3352 7001 / (24) 3352 1461
Parque Nacional de Itatiaia – Abrigo Rebouças
Reservas e contato email: parnaitatiaia.rj@icmbio.gov.br

Morador de Mirantão – Ciclista Alexandre
Telefone de contato: (32) 3294 2052
Gastos totais:

Pousada e Camping dos Lírios
camping + jantar + café da manhã (pessoa/dia): R$40,00
Pousada Pica Pau
quarto + jantar +café da manhã (pessoa/dia): R$39,00
Pousada Moinho D’ Água
quarto + lareira + jantar + café da manhã + sauna + piscina (pessoa/dia): R$70,00
Mantimentos (3 pessoas): R$120,00
Pedágios: R$65,00
Combustível: R$235,00
Lista de mantimentos (3 pessoas):

24 barras energéticas / 16 barras protéicas
1 pacote de repositor energético em pó (carbo-up)
1 salame tipo italiano
12 saches carboidratos em gel
3 barras de chocolate
Lista de equipamentos:

mountain bike em bom estado (revisada)
mochila de ataque (20 a 25 litros) / capa de mochila
anoraque / 2 blusas de fleece / calça de fleece
4 camisetas dry / 4 cuecas / 4 meias / gorro / luvas de frio
capacete de bike / luva de bike / bermuda e calça de bike
sapatilha de bike / tênis / chinelo / óculos / canivete
câmera fotográfica / GPS / croquis do trajeto / cabos de freio extras
kit remendo e bomba / head lamp / pilhas extras
Lista de primeiros socorros:

esparadrapo / band aid
shampoo / sabonete / pasta de dente / escova
protetor solar / protetor labial / hipoglós
anti inflamatório / anti térmico / dorflex
papel higiênico / hidrosteril

MTB Itatiaia - imagens

Mapa da região com pontos de GPS



Imagem de satélite e a trilha percorrida



Serra da Mantiqueira ao fundo, vista da Via Dutra




Chegada na Garganta do Registro



Saulo, Caio e Guto no bar do Seu Miguel



Caio e Paulinha



Cris e Saulo



Guto pronto pra pedalada



Vista para a Serra Fina ao fundo



Pico das Agulhas Negras, P. N. Itatiaia (parte alta)





Chegada na Pousada dos Lírios



Pousada dos Lírios



Camping Pousada dos Lírios



Primeira noite na Serra da Mantiqueira



Preparando para dormir - 1 noite



Início do segundo dia



Saindo da Pousada dos Lírios



Trecho de subida - Vargem Grande



Vista da trilha para o P. N. Itatiaia ao fundo



Bifurcação na Capela Fragária



Subida perto da Cachoeira Fragária



Vista da trilha perto da Cachoeira da Fragária




Parada para descanso



Cachoeira da Fragária



Caio e a Cachoeira da Fragária ao fundo



Bifurcação no Vale do Campo Redondo



Início da última descida para Alagoa



Trecho da trilha próximo a Alagoa



Pousada Pica Pau em Alagoa



Vista do município de Alagoa



Sacada da Pousada Pica Pau



Brindando nosso segundo dia de trilha



Segunda noite em Alagoa



Trecho de subida no terceiro dia



Nossa equipe de apoio



Trecho de trilha em mata



A botânica Paulinha identificando uma planta



Chegando no Vilarejo de Santo Antonio



Vilarejo de Santo Antonio



Trecho de trilha em direção a Mirantão



Início de descida com Pico da Pedra Selada ao fundo



Pico da Pedra Selada



Saulo, Guto e a Pedra Selada ao fundo



Chegando ao Vilarejo de Mirantão



Pausa na pracinha em Mirantão



Caio, Paulinha e o Bar Último Gole ao fundo, Mirantão



Lanche na pracinha em Mirantão


Ponte dos Souzas, em direção a Bocaina de Minas


Paisagem perto de Bocaina de Minas


Pousada Moinho D' Água, Bocaina de Minas




Chegando na Pousada Moinho D' Água


Guto na pirâmide da pousada


Neblina no nascer do quarto dia


Pousada Moinho D' Água


Bosque de Pinus dentro da pousada


Tanques de criação de peixes da pousada


Guarda Costas - Pousada Moinho D' Água


Equipe reunida para o café da manhã


Acertando os últimos detalhes para o último dia


Vista para o município de Bocaina de Minas


Saindo de Bocaina de Minas


Refrescando em gélidas águas - Fazenda Bananal


Bifurcação último dia


Montanhas Mágicas da Mantiqueira


Vilarejo Falcão, final do último dia


Prontos pra entrar no carro de apoio


Carro de apoio quase completo


Serra da Mantiqueira vista da Via Dutra


Voltando pra casa outra vez